Coletivo das pastorais do campo reunidos em Brasília - foto: Cláudia Pereira |
Por Cláudia
Pereira – Assessoria de comunicação da Articulação das Pastorais do Campo
Reunidos na sede da Cáritas
Brasileiras em Brasília (DF), (04/04) representantes das pastorais que compõem
a Articulação das Pastorais do Campo discutiram os objetivos das ações para o
ano de 2023 a partir do novo cenário sociopolítico brasileiro. Após uma mística
reflexiva na semana santa, os coordenadores estabeleceram o posicionamento em
relação ao contexto nacional e a luta dos povos. A articulação que integra as
pastorais do Serviço Pastoral do Migrante (SPM), Comissão Pastoral da Terra
(CPT), Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Conselho Indigenista Missionário
(Cimi), Pastoral da Juventude Rural (PJR) e Cáritas Brasileira tem por objetivo
fortalecer e aprofundar as pautas dos povos do campo, das florestas e das águas
do Brasil. A partir das novas configurações de governo no país, a reflexão das
pastorais do campo é analisar as relações políticas e fortalecer a participação
social e o diálogo nos diferentes setores da representação do governo.
Entre as pautas, os
coordenadores analisaram a autonomia das ações políticas dos povos que nos
últimos anos e até o momento denunciam as violações dos direitos humanos e
ambientais. O coletivo também avaliou a participação
social no governo atual. Diante a composição do Congresso Nacional que se
apresenta em maioria neoliberal e com projetos que ameaçam os direitos dos
povos, as questões próximas aos territórios, como o garimpo e a mineração, é
prioridade. Embora o governo tenha realizado algumas ações de urgência para
garantir direitos, a exemplos dos povos yanomami, as estruturas dos grandes
negócios que impactam a realidade dos territórios são temas que precisam ser
dialogados com atenção.
O coletivo das pastorais do
campo pontuou como prioridades para os próximos períodos, manter o direito
fundamental da participação política com articulações junto às comissões dos
povos originários, meio ambiente e direitos humanos. Os objetivos das
prioridades é reflexo dos territórios que tem como foco a construção do projeto
da sociedade do bem viver. Com um novo cenário político nacional, as violações
de direitos continuam sendo denunciadas e a mobilização social é necessária
para fazer incidências efetivas.
As demandas de prioridades dos
povos e comunidades tradicionais para além da soberania e segurança alimentar é
garantir terra livre. A Articulação das pastorais do campo pontuou a incidência
política como um dos encaminhamentos para fortalecer as ações nos
territórios. A reflexão das pastorais entende que o espaço criado pelo
governo com Conselho de Participação Social reabre os diálogos, mas é
necessário que os povos sejam de fato protagonistas da agenda do campo, das
florestas e das águas.
O momento também foi oportuno
para avaliar as ações realizadas no ano de 2022 e encaminhar as estruturas
através dos eixos de atuação. Para o ano de 2023, as mobilizações serão
fortalecidas para potencializar os objetivos, entre eles os projetos de leis em
trâmite no congresso que ameaçam os povos. No campo da comunicação o foco será
o fortalecimento da visibilidade das iniciativas dos territórios e nas
denúncias de violações. Para o eixo da formação o objetivo é fechar os
encaminhamentos para a terceira turma para o curso de Especialização em Direito
Agrário para agentes das pastorais do campo.
Para o coletivo das pastorais do
campo, o ano de 2023 será de muita luta. “A nossa vitória ainda chegou. Retiramos
um governo genocida, o fascismo permanece e o capital avança nos territórios, portanto
precisamos nos fortalecer”. Afirmou João Paulo que integra a Cáritas Brasileira.
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