segunda-feira, 10 de abril de 2023

Articulação das Pastorais do Campo encaminha ações e objetivos para o ano de 2023

 



Coletivo das pastorais do campo reunidos em Brasília - foto: Cláudia Pereira


Por Cláudia Pereira – Assessoria de comunicação da Articulação das Pastorais do Campo

 

Reunidos na sede da Cáritas Brasileiras em Brasília (DF), (04/04) representantes das pastorais que compõem a Articulação das Pastorais do Campo discutiram os objetivos das ações para o ano de 2023 a partir do novo cenário sociopolítico brasileiro. Após uma mística reflexiva na semana santa, os coordenadores estabeleceram o posicionamento em relação ao contexto nacional e a luta dos povos. A articulação que integra as pastorais do Serviço Pastoral do Migrante (SPM), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Pastoral da Juventude Rural (PJR) e Cáritas Brasileira tem por objetivo fortalecer e aprofundar as pautas dos povos do campo, das florestas e das águas do Brasil. A partir das novas configurações de governo no país, a reflexão das pastorais do campo é analisar as relações políticas e fortalecer a participação social e o diálogo nos diferentes setores da representação do governo.

Entre as pautas, os coordenadores analisaram a autonomia das ações políticas dos povos que nos últimos anos e até o momento denunciam as violações dos direitos humanos e ambientais.  O coletivo também avaliou a participação social no governo atual. Diante a composição do Congresso Nacional que se apresenta em maioria neoliberal e com projetos que ameaçam os direitos dos povos, as questões próximas aos territórios, como o garimpo e a mineração, é prioridade. Embora o governo tenha realizado algumas ações de urgência para garantir direitos, a exemplos dos povos yanomami, as estruturas dos grandes negócios que impactam a realidade dos territórios são temas que precisam ser dialogados com atenção.

O coletivo das pastorais do campo pontuou como prioridades para os próximos períodos, manter o direito fundamental da participação política com articulações junto às comissões dos povos originários, meio ambiente e direitos humanos. Os objetivos das prioridades é reflexo dos territórios que tem como foco a construção do projeto da sociedade do bem viver. Com um novo cenário político nacional, as violações de direitos continuam sendo denunciadas e a mobilização social é necessária para fazer incidências efetivas.  

As demandas de prioridades dos povos e comunidades tradicionais para além da soberania e segurança alimentar é garantir terra livre. A Articulação das pastorais do campo pontuou a incidência política como um dos encaminhamentos para fortalecer as ações nos territórios.  A reflexão das pastorais entende que o espaço criado pelo governo com Conselho de Participação Social reabre os diálogos, mas é necessário que os povos sejam de fato protagonistas da agenda do campo, das florestas e das águas.

O momento também foi oportuno para avaliar as ações realizadas no ano de 2022 e encaminhar as estruturas através dos eixos de atuação. Para o ano de 2023, as mobilizações serão fortalecidas para potencializar os objetivos, entre eles os projetos de leis em trâmite no congresso que ameaçam os povos. No campo da comunicação o foco será o fortalecimento da visibilidade das iniciativas dos territórios e nas denúncias de violações. Para o eixo da formação o objetivo é fechar os encaminhamentos para a terceira turma para o curso de Especialização em Direito Agrário para agentes das pastorais do campo.

 

Para o coletivo das pastorais do campo, o ano de 2023 será de muita luta. “A nossa vitória ainda chegou. Retiramos um governo genocida, o fascismo permanece e o capital avança nos territórios, portanto precisamos nos fortalecer”. Afirmou João Paulo que integra a Cáritas Brasileira.

 










Fotos: Cláudia Pereira - Articulação das Pastorais do Campo

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