terça-feira, 9 de abril de 2024

Comunidade quilombola Onça, Santa Inês (MA) sofre ameaças e lideranças estão sendo perseguidas por homens encapuzados

 



Imagem: acervo da comunidade


Por Cláudia Pereira | APC 


Desde os primeiros dias do mês de Abril, o Quilombo Onça, tem vivenciado diariamente ameaças contra a vida de lideranças e da comunidade. Os relatos informam que homens andam a cavalo e de carro pelo território encapuzados e armados. Na semana passada, um suspeito se aproximou do acampamento procurando por uma das lideranças. O homem que já esteve ao menos três vezes na comunidade, disse que foi a mando do fazendeiro para “resolver” situações de terra. A comunidade acionou os órgãos de defesa dos direitos humanos e a segurança do estado do Maranhão. A polícia fez ronda no local, porém até o momento não foi realizada nenhuma medida efetiva. Não bastasse as ameaças, os animais do fazendeiro estão destruindo as plantações de roças da comunidade. A sensação é de pânico e repressão, disse um dos moradores.

 

A comunidade quilombola Onça tem sofrido perseguições constantes nos últimos anos. Em 2022, um dos fazendeiros, identificado como Franciano Oliveira Sousa, autorizou a derrubada de mata nativa dentro do território, que incluíam árvores frutíferas e uma grande área da palmeira babaçu que impactou no sustento de mais de 50 famílias.

 

O Quilombo Onça foi certificado como comunidade remanescente pela Fundação Palmares, tem o Relatório Antropológico (RA) aprovado pelo INCRA, mas faltam as demais peças do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação RTID.

 

É importante afirmar que o estado do Maranhão tem registro de um alto índice de violência contra os povos e Comunidades Tradicionais. É urgente garantir a posse definitiva, a titulação dos territórios dos povos tradicionais.

 

Homem encapuzado percorrendo a comunidade. 

 

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