Imagem: acervo da comunidade |
Por Cláudia Pereira | APC
Desde os primeiros dias do mês de
Abril, o Quilombo Onça, tem vivenciado diariamente ameaças contra a vida de
lideranças e da comunidade. Os relatos informam que homens andam a cavalo e de
carro pelo território encapuzados e armados. Na semana passada, um suspeito se
aproximou do acampamento procurando por uma das lideranças. O homem que já
esteve ao menos três vezes na comunidade, disse que foi a mando do fazendeiro
para “resolver” situações de terra. A comunidade acionou os órgãos de defesa
dos direitos humanos e a segurança do estado do Maranhão. A polícia fez ronda
no local, porém até o momento não foi realizada nenhuma medida efetiva. Não
bastasse as ameaças, os animais do fazendeiro estão destruindo as plantações de
roças da comunidade. A sensação é de pânico e repressão, disse um dos
moradores.
A comunidade quilombola Onça tem
sofrido perseguições constantes nos últimos anos. Em 2022, um dos fazendeiros,
identificado como Franciano Oliveira Sousa, autorizou a derrubada de mata
nativa dentro do território, que incluíam árvores frutíferas e uma grande área
da palmeira babaçu que impactou no sustento de mais de 50 famílias.
O Quilombo Onça foi certificado
como comunidade remanescente pela Fundação Palmares, tem o Relatório
Antropológico (RA) aprovado pelo INCRA, mas faltam as demais peças do Relatório
Técnico de Identificação e Delimitação RTID.
É importante afirmar que o estado
do Maranhão tem registro de um alto índice de violência contra os povos e
Comunidades Tradicionais. É urgente garantir a posse definitiva, a titulação
dos territórios dos povos tradicionais.
Homem encapuzado percorrendo a comunidade.
#violênciaNoCampo #BastadeViolência
#MOQUIBOM
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