segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Denunciar as violações de direitos e reafirmar a luta em defesa da vida

 

Momento de encerramento do Seminário - Foto: Heloisa Sousa - CPT

 

 Carta dos povos e comunidades tradicionais encerra seminário denunciando as violações enfrentadas e reafirmando  a luta em defesa da vida e da casa  comum.

 

 Por Cláudia Pereira | APC 


O Seminário dos Povos e Comunidades contra a Violência, foi encerrado hoje (23) em Brasília com uma carta cobrando ao governo reivindicações e denunciando as violações sofridas nas comunidades e territórios. Em quatro dias, os participantes vivenciaram momentos de escuta e debate sobre as diversas violações sofridas nas comunidades e territórios. Ao final do encontro, as lideranças pontuaram as pautas e ações que precisam ser fortalecidas. Alertaram sobre os  conflitos e ameaças que são permanentes, além das violações contra os direitos dos povos e a natureza  que precisam de ações urgentes. Entre os pontos debatidos ,as lideranças denunciaram as  fragilidades do  programa de proteção para as lideranças ameaçadas que não garante a segurança e por diversas vezes citaram o caso da Irmã Bernadete Pacífico, líder quilombola assassinada   há um ano no estado da Bahia.

 


Após momento de mística, os participantes fizeram encaminhamentos e reforçaram a espiritualidade, ancestralidade e territorialidades como eixo comum para os povos e comunidades tradicionais. Enfatizaram que a Articulação das Pastorais do Campo há mais de  dez anos  caminha junto aos povos apoiando e fortalecendo as lutas e que o seminário foi mais espaço de escuta e esperança.  Ao encerrar o seminário as representações dos povos e comunidades tradicionais do Brasil, apresentaram  a carta que denuncia o acirramento da violência, o avanço do agronegócio, da mineração e dos projetos energéticos que ameaçam a vida dos povos. A carta levanta questões sobre a impunidade e injustiça e faz exigências ao governo com base nas reivindicações apresentadas em um documento entregue no dia 22 de agosto no Palácio do Planalto.

 

“Temos que cobrar as nossas demandas não só para o poder executivo, temos de cobrar o poder judiciário, temos que pensar em estratégias para cobrar a todos”, reforçou Antônio Baiano. O seminário contemplou as pautas sobre a violência contra os povos e contribuiu para dar visibilidade às pautas dos povos e comunidades que defendem a natureza. O evento foi encerrado com gestos de gratidão e um caloroso abraço coletivo, ao som do violão de Antônio Baiano, que ressaltou a interconexão presente em nossa casa comum.

 

O seminário  dos Povos Contra a Violência foi organizado pela Articulação das Pastorais do Campo que integram as pastorais do campo e organismos da igreja católica e a Campanha Contra a Violência no Campo, constituída por  entidades da sociedade civil, movimentos populares e pastorais.  

 

Leia carta na íntegra - clique aqui 


Foto: Cláudia Pereira - APC


Nenhum comentário:

Postar um comentário