quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Movimentos denunciam assassinato de trabalhadores no Estado do Pará

 

Imagem: Divulgação CPT

Em nota, movimentos sociais denunciam e exigem esclarecimento do assassinato de dois trabalhadores na fazenda Mutamba em Marabá (PA)


Cláudia Pereira | APC
 
O crime ocorrido na sexta-feira (11/12), lembra o massacre de Pau D’Arco em 2017. Adão Rodrigues de Sousa e Edson Silva e Silva, foram assassinados por policiais durante a operação Fortis Status, deflagrada pela Polícia Civil de Marabá (PA). A nota que traz depoimentos das testemunhas e sobreviventes afirma que há indícios que foi um crime premeditado. A ação foi chefiada pelo delegado titular, Antônio Mororó, da Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá.  
 
“O delegado com seus comandados chegou ao local onde ocorreram os crimes, por volta das quatro horas da manhã. Cerca de 18 trabalhadores se encontravam dormindo em redes em um barracão coletivo, dois deles já estavam acordados preparando um café, quando foram surpreendidos com os gritos dos policiais “perdeu, perdeu”, seguido de rajadas de tiros. No desespero e na escuridão cada um tentou escapar como pôde dos tiros. O resultado foram dois mortos, vários feridos a bala e quatro presos”, relata um trecho da nota pública emitida pelos movimentos.
 
A operação segundo a Secretário de Segurança Pública do Estado, foi designada em razão de uma organização criminosa e fortemente armada envolvida em exploração ilegal de madeira. O resultado da operação envolveu dezenas de policiais, várias viaturas, helicópteros, foi apreendido apenas de 7 espingardas cartucheiras e algumas munições, afirma o documento.
 
“Os quatro presos relataram que não tiveram tempo de correr, se jogaram no chão com as mãos na cabeça. Dominados pelos policiais, foram colocados ao lado dos dois mortos e o que se seguiu foi uma sessão de torturas até o dia clarear. Sob as ordens de Mororó foram obrigados a dizerem o que o delegado queria ouvir. Se não confirmassem, com o cano de fuzil encostado no ouvido, eram ameaçados de execução imediata”,  relata outro trecho.
 
 
A nota exige esclarecimento do governo do Estado do Pará e demais autoridades a respeito do assassinato de trabalhadores acampados na fazenda Mutamba, durante a operação Fortis Status.
 
Até a publicação da nota, a situação no local ainda era tensa, viaturas da polícia permaneciam no local e um helicóptero da própria Segurança Pública do Estado sobrevoa o território, intimidando os acampados ao apontar armas e câmeras para as casas.
 
 
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Operação “Fortis Status” da Polícia Civil do Pará (Divulgação/PC)




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