segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Fogo criminoso destrói roças no Quilombo Açude (MA)


Comunidade quilombola de Açude sofre com as queimadas criminosas


Organizações denunciam ataques sistemáticos, que ocorrem pelo sexto ano seguido que destroem roçados ainda verdes e acusam o Poder Público de omissão 


Em nota conjunta, o Movimento Quilombola do Maranhão (MOQUIBOM) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT-MA) denunciam a continuidade de ataques incendiários contra o Território Quilombola de Açude, no município de Serrano, (MA). Pelo sexto ano consecutivo, desde 2019, a comunidade tem vivenciado à destruição de suas fontes de sustento por  incêndios deliberados em suas roças.


O documento classifica os ataques como uma estratégia sistemática para destruir a soberania alimentar das famílias quilombolas e minar a estabilidade do território. Os atos descritos na nota, avançou este e último ataque relado pelos moradores aconteceram em 23 de agosto. Os criminosos ateiam fogo aos roçados ainda verdes, diferentemente dos anos anteriores quando queimavam as roças prontas para a colheita. Essa ação recente não apenas destrói meses de trabalho, mas também coloca em risco as moradias das famílias e a vida de seus animais.


A nota aponta a repetição dos crimes como uma falha grave do Estado em proteger os territórios ances

trais. Apesar dos Boletins de Ocorrência registrados junto às autoridades, a resposta tem sido a inércia. Segundo o MOQUIBOM e a CPT-MA, a omissão do Poder Público, da Secretaria de Segurança Pública e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) alimenta a impunidade que encoraja os agressores.


Diante do cenário, as organizações exigem providências imediatas das autoridades competentes. As exigências incluem:

  • Investigação imediata dos incêndios, com a responsabilização judicial dos autores e mandantes.
  • Medidas protetivas efetivas e permanentes para garantir a segurança das famílias quilombolas e a integridade de suas propriedades.
  • Ação proativa do INCRA no cumprimento de suas obrigações legais para a regularização fundiária do território, visto como fator essencial para a resolução dos conflitos.
A nota é concluída reforçando que a proteção dos territórios quilombolas é um dever constitucional e com um apelo por justiça: "CHEGA DE IMPUNIDADE! JUSTIÇA PARA O QUILOMBO AÇUDE!"


  LEIA A NOTA NA ÍNTEGRA

FOTO: ACERVO MOQUIBOM




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