Famílias do Acampamento Dom Tomás Balduíno, em Formosa (GO)
vivenciaram ações truculentas ocorridos na madrugada desta segunda-feira (26/06). Homens fortemente
armados, fizeram cerco ao acampamento e interditaram acessos. A nota reforça reivindicações aos órgãos do Estado para proteger das famílias e exige celeridade nos
processos de demarcação que garantam a função social da terra e os direitos das
famílias.
Leia a nota na íntegra
Nota de repúdio à
Violência contra o
Acampamento Dom Tomás
Balduino, Formosa-GO
A Campanha Contra Violência no Campo,
iniciada em 2022, frente ao crescimento absurdo de violência aos povos do
Campo, aderida por mais de 70 organizações da sociedade civil, manifesta por
meio desta nota, repúdio à violência de intimidação contra às famílias, da área
2, do Acampamento Dom Tomás Balduino, na noite de sábado, 24 de junho. De
acordo com o ofício da Comissão Pastoral da Terra de Terra do regional Goiás,
endereçado a promotores de justiça do Estado e Município, a violência partiu de
seguranças do fazendeiro e da Polícia Militar.
A fazenda em questão é devedora de
milhões para bancos públicos, além de responder inquérito de crimes ambientais.
Por isso, o Acampamento Dom Tomás Balduino é resultado de negociação do governo
federal com os proprietários da fazenda, com aquisição da mesma para fins da
reforma agrária e o cumprimento da sua função social da terra. Portanto, a
fazenda está em negociação com o INCRA em vistas da destinação do imóvel para
aproximadamente 480 famílias nele acampadas, desde meados de 2015/2016.
Deste modo, as organizações
signatárias da Campanha contra VIolência no Campo repudiam a violência contra
as famílias e reivindicam aos órgãos de competência do Estado a proteção das
famílias e a agilidade nos processos de demarcação das terras para a Reforma
Agrária, de modo a garantir a função social da terra, o direito das famílias e
a justiça do social.
Lamentamos a ineficiência em relação
ao tratamento necessário do caso que incorre em violências mais graves contra
as famílias e à Constituição. Por isso, desejamos que os órgãos do Estado,
sobretudo o INCRA, possam agir com celeridade em prol da Reforma Agrária, do
direito de produção da alimentação saudável e da defesa da vida.
Atenciosamente,
Campanha contra a Violência no Campo
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