terça-feira, 20 de junho de 2023

Romaria das Águas e da Terra divulga carta exigindo justiça para os crimes ambientais na Bacia do Rio Doce

 





Por Cláudia Pereira | Articulação das Pastorais do Campo

 

A Romaria das Águas e da Terra envolve os estados do Espírito Santo e Minas Gerais, que sofreram graves consequências com o rompimento da Barragem de Fundão, da empresa Samarco em Bento Rodrigues, no município de Mariana (MG). No dia (18), participantes das comunidades que compõem as regiões do Rio Doce realizaram a 6ª Romaria em Regência (ES), com objetivo de alertar e denunciar os crimes que as mineradoras têm causado à biodiversidade. O momento também recorda as injustiças e a morosidade do Estado em reparar os danos causados aos povos tradicionais, que oito anos convivem com os rejeitos de minérios que não foram retirados pela empresa.

 

Com o tema “Bacia do Rio Doce, nossa Casa Comum” e lema “No princípio, o Espírito de Deus pairava sobre as águas” inspirado em Gênesis 1,1-2, a romaria manifestou em carta denúncias e anúncios pela regeneração social e ambiental de toda a extensão da Bacia do Rio Doce. O manifesto fez memórias de todas as romarias realizadas e recorda a data do crime ocorrido em 05 de novembro de 2015, que vitimou 19 pessoas e causou destruição de proporções irreparáveis ao ecossistema. A carta exige punição e reparações para as comunidades atingidas e denuncia a ação do Estado, que repactua os acordos sem transparência nos processos e sem a participação dos atingidos e atingidas.

 

O tema da 6ª Romaria alinha com a campanha Junho Verde, momento de sensibilização ambiental, do qual a Igreja convida a sociedade a participar de ações e compromisso com  a promoção e a defesa da vida e fortalecer a ecologia integral.

 


“Unidos, como atingidos e atingidas, de toda a extensão da Bacia do Rio Doce, denunciamos e nos manifestamos contrários à violência da mineração predatória. Violência que tem causado violação de direitos humanos e da natureza, com a contaminação e o assoreamento de nossos rios, perda da biodiversidade, desmatamento; violência contra a cultura, a autonomia e a soberania de nossas populações; e pobreza e caos social em áreas no entorno da mineração”. Clama um trecho de denúncia da carta ao Povo de Deus.

A carta finaliza reafirmando o compromisso em avançar no processo de mobilização e consciência social em defesa da Bacia do Rio Doce e da vida humana, que depende do meio ambiente para a sua própria existência. O esforço de todos pela justiça ambiental e social, é fundamental para os territórios dos povos tradicionais dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo e todos os estados da região.

 

Leia aqui a carta na íntegra. https://drive.google.com/drive/u/7/folders/1vpO51Mt3Ot1L8N6tS7V0DSbmJmCFGWSZ


Fotos: Vinícius Gardiman e Franciara Moro

 


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