Brasília –
DF, 5 de outubro de 2015 – No dia em que a promulgação da
Constituição Federal completa 26 anos, a Comissão de Direitos
Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados realiza, às 15h,
uma Audiência Pública sobre a ação
de milícias armadas a serviço de proprietários rurais contra
camponeses, quilombolas, pescadores artesanais e indígenas, dentre
outros povos e comunidades tradicionais, no contexto dos conflitos
fundiários.
O
evento contará com a participação de lideranças dos segmentos
vitimizados e criminalizados pela violência no campo. Estão
convidados, como expositores, membros dos movimentos de pescadores,
quilombolas, indígenas e de outras comunidades tradicionais, além
de representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), do Conselho
Indigenista Missionário (Cimi), do Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra, Rede Nacional de Advogadas e Advogados Populares (Renap) e do
Ministério Público Federal.
Segundo
Fátima Barros, membro da Articulação Nacional Quilombola (ANQ), a
atual conjuntura de radical avanço do agronegócio sobre os
territórios tradicionalmente ocupados pelos povos e pelas
comunidades exige que estes se unam para que possam resistir e
garantir suas sobrevivências. “Temos inimigos comuns. Quem ataca
quilombolas, ataca indígenas, ataca gerazeiros, ataca pescadores e
ataca todos que estiverem sobre a terra que eles querem explorar. E
os ataques têm sido cada vez mais sistemáticos, cada vez mais
violentos”, lamenta ela.
De
acordo com dados da violência no campo sistematizados pela Comissão
Pastoral da Terra (CPT), nos últimos 10 anos, povos indígenas e
comunidades tradicionais enfrentaram 5.771 conflitos; 4.568 pessoas
foram vítimas de violência; 1.064 sofreram ameaças de morte; 178
sofreram tentativas de assassinato e 98 foram assassinadas.
No
âmbito do Legislativo, dentre as várias ameaças aos povos e
comunidades tradicionais, uma das mais perigosas é a Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) 215, que transfere do Executivo para o
Legislativo a prerrogativa de demarcar terras tradicionais indígenas,
titular terras quilombolas e criar unidades de conservação
ambiental. Esta PEC, que explicitamente atende aos interesses da
bancada ruralista e de seus financiadores, pode ser votada ainda
nesta semana.
Serviço:
O
quê: Audiência Pública
na Comissão
de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), da Câmara dos Deputados,
sobre violência no campo
Quando:
Hoje (5/10), às 15h
Onde:
Plenário 1, Câmara dos Deputados
Mais
informações,
com assessoria de comunicação da Articulação dos Povos e
Comunidades Tradicionais:
Cristiane
Passos: 62 8111-2890
Patrícia
Bonilha: 61 9979-7059
Mele Dornelas: 81 999079717
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