Por REPAM e CNBB Regional Nordeste 5
“Territórios livres das cercas, dos trilhos e do agronegócio”. Este é o tema que norteará a 14ª Romaria da Terra e das Águas do Regional Nordeste 5 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que acontece nos dias 02 e 03 de agosto no município de Santa Inês, na diocese de Viana. A iluminação bíblica é baseada no profeta Amós, capítulo 9, versículo 15: “Vou plantá-los no seu chão, de modo que nunca mais sejam arrancados de sua terra”.
Dom Gilberto Pastana, arcebispo de São Luís e presidente da CNBB NE 5, explica que o tema da romaria deste ano apresenta dois projetos de construção da vida e da sociedade: “O projeto que gera vida, que gera liberdade, participação, gera a fraternidade. E um projeto que gera concentração, competição e desigualdade e evidentemente a morte, um projeto que é violento, um projeto que é imposto pelo poder econômico da ganância, do poder. Nós temos possibilidade de crescer na nossa experiência naquilo que nos move, naquilo que nos faz dar sentido à vida”, afirmou.
Para marcar o início das atividades em preparação para a 14ª Romaria da Terra e das Águas do Maranhão, a equipe da articulação das Pastorais Sociais/Repam realizou uma live com a participação dos bispos dom Evaldo Carvalho, dom Valdeci Mendes e dom Gilberto Pastana, além do advogado dr. Guilherme Zagallo, Gilderlan Rodrigues, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e Raimunda Francisca, coordenadora regional da Pastoral da Juventude. A live pode ser conferida neste link.
A Romaria da Terra e das Águas é realizada no Maranhão desde 1986, e tem sido um momento forte de luta, resistência e protagonismo leigo pelo bem de todos e da casa comum.
Parafraseando Raimunda Francisca, coordenadora regional da Pastoral da Juventude, durante a live de lançamento da 14ª Romaria, “a nossa romaria é também um espaço de resistência, mas que ela seja também um espaço de celebrar a existência”.
Seminários preparativos para a Romaria
Dom Evaldo Carvalho, bispo de Viana, diocese que acolhe a 14ª Romaria, lembrou dos seminários diocesanos em preparação para a 14ª Romaria. “Estamos nesse tempo de preparação, de escuta, de escuta comprometida, para recebe-los bem, e no coração da diocese de Viana. Como bispo da diocese de Viana aproveito a oportunidade conclamar todo povo de Viana e de todo regional”, disse.
Três dioceses já se articularam em seminários locais. Nos dias 17 e 18, a diocese de Coroatá reuniu-se no Sítio Padre Maurício, no município de São Mateus, com um total de 88 participantes, advindas de territórios quilombolas, comunidades tradicionais, agentes de pastorais e movimentos sociais. Nos dias 18 e 19, a diocese de Brejo reuniu cerca de 100 pessoas e contou com a participação de dom Valdeci Mendes. Já a diocese de Caxias fez sua mobilização através dos zonais 1, 4 e 5, garantindo a participação de cerca de 60 pessoas por zonal.
Um passo importante que acontece nos seminários preparativos é a intensificação da campanha de mobilização para criação da “Proposta de Lei contra a pulverização aérea de agrotóxicos”, que já está na fase de coleta de assinaturas em todas as dioceses do Maranhão.
Confira a seguir a data dos próximos seminários e participe:
1º/06: Arquidiocese de São Luís do Maranhão
15 e 16/06: Diocese de Balsas
16/06: Diocese de Pinheiro
22/06: Diocese de Imperatriz
O cartaz da 14ª Romaria da Terra e das Águas foi apresentada durante a live. O desenho foi idealizado por João Batista Bezerra da Cruz, da cidade de Pedro ll, no Piauí, e produzido pela Pastoral da Comunicação da diocese de Bacabal.
Na ilustração, ao centro, destaca-se o mapa do Maranhão com variados tipos de cultura agrícola. Tem um rio com peixes simbolizando a fertilidade e a fartura. Ao alto, a mão de Deus que joga sobre a terra vários tipos de sementes, conforme o lema da Romaria: “Vou plantá-los no chão, de modo que nunca mais sejam arrancados de sua terra” (Amos 9,15).
Abaixo, a mão que brota da terra simbolizando a mãe terra, também simbolizando o renascimento da natureza, depois de tantos maus-tratos. A enxada que brota simboliza a fé e a esperança dos agricultores que se renovam. Nas laterais do mapa nota-se alguns perfis de várias raças: negros, índios e quilombolas. A pombinha branca e o arame partido simbolizam a conquista da terra de forma pacífica e por direito.A família ao centro simboliza todas as famílias de agricultores que comemoram felizes uma semente que germina e que brota. Esta ilustração também pode simbolizar um grito de alerta para preservarmos a mãe natureza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário