sexta-feira, 5 de julho de 2024

Comissão da CNBB publica relatório sobre os danos socioambientais no Vale do Ribeira em SP/PR

 

Momento de escuta nas comunidades do Vale do Ribeira - Foto| Cláudia Pereira 


O documento destaca as ameaças que os grandes empreendimentos representam para os povos e comunidades tradicionais e para o bioma da região.

 

Por Cláudia Pereira | APC

 

O relatório é resultado da visita realizada pela Comissão Especial para Ecologia Integral e Mineração (CEEM-CNBB) entre os dias 20 e 22 de abril deste ano, aos povos e comunidades tradicionais do Vale do Ribeira de São Paulo e do Paraná. Com o objetivo de escutar as demandas das comunidades que enfrentam a expansão das mineradoras na região, a comissão expõe o cenário atual. Desde 2023, a CEEM tem realizado missões em regiões onde os impactos provocados por grandes empreendimentos ameaçam os direitos dos povos e a casa comum.

A população da região do Vale do Ribeira, localizada na divisa dos estados de São Paulo e Paraná, é formada por povos centenários quilombolas, indígenas e caiçaras, ou seja, são povos e comunidades tradicionais. Essas comunidades, que são organizadas e se mantêm articuladas, possuem um histórico de luta e resistência em defesa de seus territórios. O documento apresentado pela comissão destaca não apenas denúncias, mas reivindicações dos povos e comunidades por reparação das violações e acesso às políticas públicas.

Entre os pontos do relatório da missão da CEEM, as solicitações expressam para que as autoridades façam escuta às comunidades que receberam visita da comitiva, reivindicam que seja fortalecido os processos de luta que já realizam há anos, defesa para que seus territórios sejam livres e integrado à casa comum, entre outros pontos fundamentais para a preservação da vida.


ACESSE O RELATÓRIO AQUI


O relatório acompanha um vídeo com depoimentos de integrantes da comitiva e moradores das comunidades durante a visita. O documentário aborda o processo de luta das comunidades para preservar o seu modo de vida, a cultura, seus meios de produção, a exemplo da agroecologia, artesanato e suas tradições. Denunciam problemas da exploração de minério acontecidos no passado, cujo as consequências desastrosas ao solo e a vida das pessoas são permanentes. Atualmente moradores da cidade de Adrianópolis sofrem com problemas sérios de saúde e ambientais causados pela fábrica de cimento Supremo, que desde a sua instalação na cidade tem causado impacto altamente negativo para a sociedade.

Além da luta em defesa das águas e das florestas, os povos lidam com a especulação e assédios com centenas de solicitações para a exploração de minérios na região.


 


Além da Comissão Especial para Ecologia Integral e Mineração (CEEM), integraram a delegação a Rede de Congregações Religiosas Vivat-Brasil, o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), as Irmãs de Santa Cruz, as Irmãs de Jesus Bom Pastor – Pastorinhas, a Equipe de Articulação e Assessoria às Comunidades Negras do Vale do Ribeira SP/PR (EAACONE), o Movimento de Ameaçados por Barragens do Vale do Ribeira SP/PR (MOAB) e o coletivo Formigas Adrianópolis do Paraná. A delegação contou com a presença de Dom Norberto Förster, bispo da Diocese de Ji-Paraná, Rondônia, que integra a (CEEM-CNBB).


#CEEM #PovoseComunidadesTradicionais 


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