Momento de escuta nas comunidades do Vale do Ribeira - Foto| Cláudia Pereira |
O documento destaca as ameaças que os grandes empreendimentos
representam para os povos e comunidades tradicionais e para o bioma da região.
Por Cláudia Pereira | APC
O
relatório é resultado da visita realizada pela Comissão Especial para Ecologia Integral
e Mineração (CEEM-CNBB) entre
os dias 20 e 22 de abril deste ano, aos povos e comunidades tradicionais do
Vale do Ribeira de São Paulo e do Paraná. Com o
objetivo de escutar as demandas das comunidades que enfrentam a expansão das
mineradoras na região, a comissão expõe o cenário atual. Desde 2023, a CEEM
tem realizado missões em regiões onde os impactos provocados por grandes
empreendimentos ameaçam os direitos dos povos e a casa comum.
A população da região do Vale do Ribeira,
localizada na divisa dos estados de São Paulo e Paraná, é formada por povos
centenários quilombolas, indígenas e caiçaras, ou seja, são povos e comunidades
tradicionais. Essas comunidades, que são organizadas e se mantêm articuladas,
possuem um histórico de luta e resistência em defesa de seus territórios. O documento apresentado pela comissão destaca não apenas
denúncias, mas reivindicações dos povos e comunidades por reparação das
violações e acesso às políticas públicas.
Entre os pontos do relatório da missão da
CEEM, as solicitações expressam para que as autoridades façam escuta às
comunidades que receberam visita da comitiva, reivindicam que seja fortalecido
os processos de luta que já realizam há anos, defesa para que seus territórios
sejam livres e integrado à casa comum, entre outros pontos fundamentais para a
preservação da vida.
O relatório acompanha um vídeo com depoimentos
de integrantes da comitiva e moradores das comunidades durante a visita. O
documentário aborda o processo de luta das comunidades para preservar o seu
modo de vida, a cultura, seus meios de produção, a exemplo da agroecologia,
artesanato e suas tradições. Denunciam problemas da exploração de minério
acontecidos no passado, cujo as consequências desastrosas ao solo e a vida das
pessoas são permanentes. Atualmente moradores da cidade de Adrianópolis sofrem
com problemas sérios de saúde e ambientais causados pela fábrica de cimento
Supremo, que desde a sua instalação na cidade tem causado impacto altamente
negativo para a sociedade.
Além da luta em defesa das águas e das
florestas, os povos lidam com a especulação e assédios com centenas de
solicitações para a exploração de minérios na região.
Além da Comissão Especial para Ecologia
Integral e Mineração (CEEM), integraram a delegação a Rede de Congregações
Religiosas Vivat-Brasil, o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM),
o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), as Irmãs de Santa Cruz, as Irmãs de
Jesus Bom Pastor – Pastorinhas, a Equipe de Articulação e Assessoria às
Comunidades Negras do Vale do Ribeira SP/PR (EAACONE), o Movimento de Ameaçados
por Barragens do Vale do Ribeira SP/PR (MOAB) e o coletivo Formigas
Adrianópolis do Paraná. A delegação contou com a presença de Dom Norberto Förster, bispo da Diocese de Ji-Paraná,
Rondônia, que integra a (CEEM-CNBB).
#CEEM #PovoseComunidadesTradicionais
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